Kristofer acordou e depois de tomar o pequeno almo?o com Hulda saiu de casa. Estava com pressa, ent?o nem prestou aten??o à sua barraca. Chegou até à rua Real e quase no final tinha um port?o que dava para a baía nevada. Nesse port?o havia dois guardas e um deles chegou-se para Kris:
-Quem és tu rapaz? O que fazes por aqui? - Perguntou-lhe Erik, um dos servos das muralhas, dizendo com uma cara carrancuda.
-Chamo-me Kristofer Storm, vim comprar umas coisas com os goblins.
O outro guarda que estava ali ao lado, Ragnar, ficou com uma cara de espanto:
-Storm?? Em ti confiarei, ouvi falar sobre ti há uns anos. Quando tu nasceste, espalhou-se a notícia que Phillipp Storm havia tido um filho. Vejo que come?aste a tua jornada ent?o, o que pretendes comprar?
-Mel mágico, um servi?o para Peter Holmen.
-Ihh, que Deus te tenha ent?o, vai lá, podereis passar.
Kristofer entrou na baía da neve pela primeira vez. Viu alguns barcos lá parados e outros ao fundo a navegar. Viu um bocado de barracas e desejara que um dia tivesse uma ali. Avistou ao longe, n?o uma barraca comum, mas um barco pousado com uma janela aberta onde estava um goblin velho. Caminhou até lá para enfim comprar e deu de cara com o goblin anci?o de 58 anos:
-Ohhh, bom dia jovem, o que querereis desta opulenta barraca?
-10 frascos de mel mágico.
-Ohh, sim, vejo bem, mel mágico. Este melzinho é capaz de fazer coisas esplêndidas! Dá um sabor muito especial e magnífico à comida e faz uns doces t?o doces que n?o vais querer mais nada! Claro, também ser usado para desenferrujar armas e mais umas coisas, é realmente uma mercadoria incrível. Quem costuma fazer esta compra é o forjador Peter.
-Sim, venho a pedido dele, estou a fazer-lhe um pequeno favor. Ele diz que depois passa aqui a pagar.
-Aí sim, crian?a? E por que é que n?o comprar algo para ti? - disse enquanto fazia um sorriso largo.
-N?o, obrigado.
-Veja nossas outras regalias, jovem! Nós temos este incrível fertilizante que faz com que a planta??o cres?a em metade do tempo e ainda aumenta muito bem a qualidade de vossas plantas, poderás vendê-las por um pre?o muito mais alto! Tenho esta semente aqui também! Sim, esta semente, uma semente que é capaz de crescer em todos os 7 reinos e mesmo assim é rara, mas t?o suculenta! Faz um ótimo vinho! Nós também temos es...
-Obrigado pela proposta, mas é tudo o que quero por hoje, talvez outro dia compre. - Kris interrompe o goblin e vai embora.
-Pocha. Parece que este tem um espírito forte.
Kristofer vai embora com um saco na m?o que tinha os méis, saiu da muralha e foi até à pra?a pegar a geada e depois foi à forja e bateu à porta. Peter abriu a porta e deu um sorriso de uma ponta à outra quando viu Kristofer.
-Kristofer! Estás com tudo?
-Sim. Acabei de pegar o mel.
-Muito obrigado. Depois passo lá para pagar, se n?o for, a casa Holmen vai reclamar comigo. Enfim, esqueceremos disso por pouco. Deixa-me ver o que tenho em m?os. Uns peda?os da nossa melhor madeira e corda, deve servir. Estes méis v?o durar um pouco. Acho que devo demorar uns 3 dias para terminar. Na parte entre a laminas e o cabo, vou colocar um medalh?o com a guilda do teu pai.
-Muito obrigado! Espero que consiga fazer bom proveito dos materiais.
-Eu que agrade?o. Lembras-me o teu pai. Ele era forte e corajoso, mas era simpático. Ele n?o foi muito amigo do meu irm?o, também sinto algo vindo dele, mas n?o sei bem. N?o sei como ele conseguiu assumir o posto de m?o do rei. O nosso rei é simpático com o seu povo, um ótimo guerreiro, ele venceu umas invas?es, mas em quest?o de administra??o económica, n?o é bem o melhor... Ainda por cima o meu irm?o também n?o é grande coisa nesse aspeto, ele também é de guerras. O meu pai e ele tiraram o que me era destinado, eu sou o mais velho, mas como sou um deformado fui posto de lado. Eu ainda sou uma figura da casa, mas n?o tenho direito a terras ou grandes luxos, só alguns poucos. Mas sabes rapaz, se te atribuírem uma fraqueza, torna-a na tua for?a! Deram-me 3 op??es, ir para as minas, onde acabaria por morrer, para as muralhas ser um patrulheiro, era capaz de morrer também e o contrato é muito rijo e por fim ser um mero forjador. Que honra tem os forjadores? Eles n?o lutam em batalha afinal. Mas sem eles n?o há condi??es de se vencer guerras, e é daí que criei o meu valor. Tornei-me um forjador t?o bom que fiz com que eles engolissem as palavras deles sobre o meu valor e fiz com que dependessem de mim. Depois que forjei a arma do rei, ele passou a ser mais simpático comigo, por mais que n?o me atribua nada demais. Um dia talvez serei um forjador ainda melhor, quem sabe, poderei ter as minhas m?os em a?o vulcanico, o sonho de qualquer forjador.
-Obrigado pelo conselho. A?o vulcanico?
-é um dos melhores, sen?o melhor, metal do império inteiro, vindo de um reino distante de Frostland. Quem sabe um dia n?o serás um mercador t?o genial como o teu pai e conseguirás esse a?o?
-Se conseguir um pouco, terei todo o gosto em vender-te, talvez até de presente.
-N?o precisas de me o oferecer, seria bem simpático da tua parte, mas merecerias ser recompensado por tal trabalho. Bem, agora tenho de come?ar a meter as m?os nisto. Volta daqui a 3 dias.
-Claro!
Kris saiu de lá feliz pela conversa. A?o vulcanico? Era algo que Kris agora almejava também. Depois disso voltou a descer a rua Real, no fim dela, vivia o mestre dos pescadores. Ao chegar lá, encontrou um homem calvo, com uma barbicha, olhos azuis, branco, estatura normal, pullover azul, colete de couro, cal?as pretas, braceletes de a?o que impressionaram Kris, um manto de l? e as mangas também eram brancas e de l? pura.
-Bom dia, eu pretendo come?ar a pescar, sabe o que poderia fazer.
O homem tirou a linha da vara da água e virou-se para Kris:
.-Claro que sei, afinal, eu sou o mestre pescador. - Disse enquanto co?ava a barbicha. - Venha comigo. A pesca pode ser extremamente lucrativa, fizeste uma boa escolha. Qual é o seu nome?
-Kristofer... Kristofer Storm.
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-Ah! és o filho do clar?o n?o és?
-Sim!
-Pois bem, saiba que seu pai era um ótimo pescador, se calhar está nas veias. Eu sou o senhor das águas por aqui, mas dizem que a maior parte dos trov?es cai em alto mar. Uns 5 anos depois de ele come?ar a sua jornada, eu tornei-me o rei do mar de Frostland, mas talvez, se ele tivesse se focado tanto na pesca como eu, só talvez, tivesse tido esse cargo ao invés de minha pessoa. Ah, é bom saber que a próxima gera??o também quer entrar neste belo ramo que é a pesca. Acompanhe-me.
O pescador levou Kris para dentro da sua casa, onde o primeiro andar era uma loja, semelhante à forja. Pegou numa cana de pesca e deu a Kris:
-Considere isto um presente.
-A sério?
-Sim. Agora vamos testá-la. - O pescador levou-o para perto do rio, na ponte mais próxima. Kris coloca um anzol na vara e lan?a-a ao mar. - Na pesca, a paciência é uma arte que se deve dominar.
Após algum tempo Kristofer sente algo a morder a isca:
-Muito bem fil’o, ajeite a sua postura, assim, e puxe, n?o tenha medo.
-Hmmmm. - Kris faz um esfor?o e consegue pescar o peixe após um pouco de tempo depois. - CONSEGUI!
-Muito bem, uma sardinha, é um dos peixes mais fáceis e que lucram menos, mas n?o significam nada.
-Um dos mais fáceis ahm?
-Hahahaha, sim fil’o, foi o teu primeiro peixe, n?o estejas à espera de conseguir algo muito grande no come?o, sê grato pelo que conseguiste. Por enquanto és apenas um pequeno peixe neste grande mar de pescadores, mas um dia, quem sabe, serás um peixe raro que todos ouvem lendas.
-Hmm. - Ouviu atenciosamente e ansiosamente para se tornar no peixe lendário que ninguém alcan?a. Imaginara nos peixes lendários que poderia pegar também, nos oceanos que iria desbravar, mas ent?o lembrou-se do mais importante. - E quanto é que custa uma sardinha?
-25 millénnis. Aqui, és capaz de encontrar outros peixes como carpas, achig?s, esturj?o, tilápias e com muito esfor?o e sorte, lulas. Essas últimas valem um pouco mais e se bem pescadas, s?o uma delícia hihihi. - Gargalhou o velho Birtingr enquanto co?ava a barba
-Entendo. Um dia irei pescar imensas lulas!
-Esse é o espírito! Quando tinha a tua idade também costumava sonhar alto. Eu metia-me em algumas aventuras arriscadas. Tinha até um “bando” de pescadores, lembro-me de lutar contra piratas ao lado dos meus 3 colegas de mar.
-A sério? Lutaste contra piratas? Como é que foi? Conseguiste muitas riquezas? Como é que eles est?o hoje?
-Gostas mesmo de fazer perguntas. Bem, foram altas aventuras em alto e bravo mar. N?o almejava riquezas com isso, pelo contrário, queria devolvê-las a quem havia sido saqueado. E hoje metade dos nossos homens est?o mortos.
-Oh, meus pêsames.
-S?o águas passadas, o legado deles ainda pesca baús do tesouro.
Kris continuou a pescar e ao fim do dia tinha 3 sardinhas e 1 carpa. Levou numa caixa de madeira com gelo, os peixes e levou até à barraca.
-Kris! Como é que isso foi? Já estou farto de ficar o dia todo aqui parado.
-Bem, ent?o tens alguma coisa para vender, 3 sardinhas e 1 capa para o estoque.
-Sim senhor! Acho que dá para fazer cerca de 105 millénnis à volta disso, amanh? recomendo voltares a pescar.
-Até ter a minha espada pronta, n?o tenho muito mais por fazer, daqui a 4 dias as plantas est?o prontas.
-Ah sim é verdade. Também plantei uns feij?es lá em casa, é bom pois n?o tenho de gastar dinheiro com mais sementes quando os feij?es estiverem prontos, eles crescem outra vez.
-Acho que isso é bom. Bem, o dia já está a acabar, pode ser que amanh? vendamos isto.
Uma hora depois, fecharam a barraca e foram para suas respetivas casas. No dia seguinte a rotina foi parecia, Kris passou o dia todo a pescar. Conseguia mais meia dúzia de peixes para vender e vendeu os do dia anterior, ficando com cerca de 180 moedas e com mais os 6 que conseguira ficou por volta de 360. No terceiro dia foi até à forja, buscar a sua espada, bateu à porta e depois abriu. Viu o an?o, com a sua barba muito bem tratada como sempre, que desembainhou a espada que ficou reluzente quando refletida nas luzes flamejantes da fogueira:
-Muitos boas vindas Storm. A sua espada está pronta tal como prometido. Falei com o “Frio” e ele pagou-me para fazer-te esta bolsa onde podes embainhar a tua espada.
-Muito obrigado! Parecem lindas! Mas, quem é frio?
-Certeza que já te apareceu na frente, foi ele que te deu a espada. N?o deves perceber muito tempo para perceber o apelido. Bem, vai com Deus na tua jornada, o Frio aguarda-te. Se precisares de mais alguma coisa para ser forjada sente-te à vontade.
Peter entregou-lhe a espada e a bolsa que Kristofer equipou e embainhou a sua espada reluzente com o símbolo da guilda.
-Muito bem, parece majestosa. Agora, se me der licen?a, tenho de me retirar.
-Eu estarei a aguardá-lo para uma próxima vez.
Ao sair da grandiosa forja, Kristofer depara-se com um corvo a observá-lo, cujos olhos foram de rubro a índigo num piscar de olhos, que em quest?o de segundos aproxima-se de Kris e bica-lhe a m?o.
-Au! O que queres corvo!
-Espere por ele na pra?a ao nascer da noite! Cuá! Cuá!
O corvo voa para ali para fora.
-O quê? ELE FALA? Enfim, deve ser o homem do capuz, o tal Frio. - Kris volta à barraca. - Ei Ethan!
-Que bela bainha que tens aí, ent?o suponho que a espada esteja pronta.
-Sim, uma lamina de a?o firme e afiada. Sabes aquele homem de capuz do outro dia?
-O que é que tem? Ele disse que ia fazer algo depois de arranjares a espada outro dia, n?o foi?
-Exatamente. Agora quando sai da forja o corvo dele falou comigo, n?o sabia que animais podiam falar. De qualquer modo, o corvo disse-me que ele ia aparecer por aqui ao nascer da noite e ele é chamado de “o Frio”.
-Espera, um corvo, um corvo falou contigo?
-é... sim.
-Espero que n?o estejas a ouvir coisas.
-Duvido muito, outro dia aquele corvo olhou-me por horas antes dele chegar.
-Vamos ver, por volta das 18h ele deve estar cá.
Antes da data marcada, Kris tinha arranjado mais uns peixes e conseguiu os vender no primeiro dia que os pegara, estavam com 635 millénnis. Por volta do aparecer da lua, ao longe, um homem de capuz preto apareceu com a cabe?a inclinada em frente, m?os nos bolos e andar lentamente em dire??o à barraca de Kris e Ethan.
-Ethan! Ethan! Acho que é ele ali.
-Calma! Pelos vistos o corvo realmente falava. Comp?e-te.
O homem chegara ao seu destino:
-Boa noite crian?as, como vós se se encontram?
-Bem. - Responderam os dois
-ótimo, ótimo. Eu tenho uma proposta para os dois. Kris, tens uma espada, mas isso n?o significa que és cavaleiro ou que a sabes usar, venham comigo e eu ensinarei ambos a manusear tal instrumento durante a noite após o dia de trabalho.
-Como sei que posso confiar em ti? - respondeu Storm, preocupado.
-O teu pai tinha um colega de guilda, n?o tinha? Ele n?o fez tudo sozinho. Pois bem, esse alguém sou eu. Estive em todas as miss?es dele, menos a última... - O homem pegou num pergaminho e entregou a Kris. - Eu sou Johan, “O frio” entre muitas outras alcunhas.
Kris come?ara a ler o pergaminho e percebera que o homem estava a dizer a verdade.
- Porto Arcano, 23 de mar?o de 512
Meu querido filho Kris,
Se um homem alto, pele branca, olho azul e sem um olho, barba e cabelo castanhos, aparecer, confia no que ele te diz. é o meu bravo colega em irmandade, Johan. Sempre pude confiar nele. Eu n?o estarei aí, mas ele chegará para estar, ele é como eu, este homem é o teu padrinho.
Mantenha a faísca acessa!
Phillipp Storm
-Muito bem, é a caligrafia do meu pai, eu acredito em vós.
-Se é assim ent?o, siga-me, feche a sua barraca e iremos até à pra?a dos arqueiros, na muralha. Treinar-te-ei. E ao teu amigo se ele bem entender que também quer.
-Ent?o Ethan, vens?
-Vou, mas tenho uma pergunta, vou treinar com o quê? Sou um homem desarmado, a minha única arma é a minha mente.
-E essa é a arma mais importante de todas, meu rapaz! Mas n?o te preocupes com isso, tem lá espadas de sobra para treinares. O Kris também vai ter de usar uma espada de madeira para come?ar.
-Ent?o vamos! - Kris fechou a barraca e marchou rumo à pra?a de treino entusiasmado.