Capítulo 6 – As Estrelas N?o Deveriam Cair

  No mesmo dia, Kazu e Manari voltaram ao mecanico da vila. O carro estava pronto, mas o mecanico avisou:

  — Funciona direitinho agora, mas o tanque tá quase seco. Se forem longe, v?o precisar abastecer mais.

  — Deixa comigo! — disse Manari, tirando um gal?o do porta-malas.

  Eles encheram o tanque e partiram estrada afora, o radar das Eterion Balls os guiando. A estrada de terra levantava poeira enquanto o carro vibrava sob o calor do dia.

  Durante a viagem, Kazu olhou pela janela, pensativo, e ent?o disse:

  — Agora é minha vez de contar minha história.

  Manari, curiosa, virou-se pra ele com um sorrisinho:

  — Você tem história? Pensei que só comia peixe e conversava com as árvores.

  — Mas rapaz, deixa eu falar, intrometida!

  Ela riu, e Kazu continuou:

  — Meu v? me disse que eu vim de uma cápsula. Uma cápsula que falava que eu ainda n?o tava pronto pra sair.

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  — Você tinha um v??! E como assim veio de uma cápsula? Isso é impossível... Pelo menos, eu acho.

  Kazu suspirou, olhando o céu pela janela:

  — Ele era tudo pra mim. A gente nunca passou fome, ca?ava junto, construímos nossa casa com barro, depois com tijolos que a vovó aprendeu a fazer... Ele me ensinou tudo.

  — E o que aconteceu com ele...? — Manari perguntou, agora com o tom mais sério.

  Kazu fechou os olhos por um instante.

  — Dizem que foi um lobo gigante. Mas n?o era um lobo comum... era meio humanoide. Eu... eu tava dormindo quando aconteceu. Se eu pudesse, trocava de lugar com ele.

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  Flashback — O Encontro com a Cápsula

  Anos atrás...

  Um velho de cabelos grisalhos caminhava com seu cajado pela floresta à noite, quando uma luz atravessou o céu como um raio.

  — Uma estrela cadente? N?o... ela tá caindo... aqui perto?!

  O velho correu entre as árvores, o cajado batendo contra as pedras do caminho. O céu noturno ficou mais claro por um instante com o clar?o da queda.

  Entre as árvores, uma pequena clareira foi aberta. E no meio dela, uma cápsula metálica, ainda soltando vapor, tremia no ch?o.

  — O que... é isso? — murmurou o velho. — Eu n?o pedi nada ao céu...

  A cápsula se abriu com um estalo. Um menino de cabelos brancos com uma mecha estranha na testa estava ali, dormindo, enrolado em uma manta fina com inscri??es estranhas em um idioma que o velho nunca tinha visto.

  Dias depois...

  O velho escutou um choro distante vindo da floresta. Ele seguiu o som até uma caverna de folhas, onde o menino estava escondido, com os joelhos encolhidos, chorando baixinho.

  — Você é aquele menino da cápsula... por que tá chorando, pequeno?

  O garoto olhou com olhos brilhantes, assustado.

  — Eu... eu n?o sei quem sou.

  O velho se ajoelhou, colocou a m?o em seu ombro e sorriu.

  — Ent?o eu vou te ajudar a descobrir. A partir de hoje... você é meu neto.

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  Fim do Flashback

  Kazu, agora sentado na traseira do carro parado, olhava para o ch?o, com lágrimas caindo dos olhos. Manari, assustada por vê-lo daquele jeito, se aproximou.

  — Kazu...? O que houve?

  Ele respondeu com a voz baixa, embargada:

  — Eu lembrei da minha vó... do meu v?... Eles n?o deveriam ter morrido. Eles eram tudo que eu tinha.

  Manari se aproximou e colocou a m?o no ombro dele.

  — Você ainda tem a mim, seu bob?o.

  Kazu olhou pra ela, e for?ou um sorrisinho... mas antes que pudesse responder, o radar come?ou a apitar freneticamente.

  — O quê? — Manari olhou para o visor. — Tem... tem uma Eterion Ball MUITO perto... e... tem outra coisa... alguma coisa estranha se mexendo rápido demais perto dela.

  Kazu se levantou.

  — Alguém... ou alguma coisa... tá indo atrás da Eterion Ball antes da gente.

  Eles correram até o carro.

  A camera fecha no radar piscando mais rápido a cada segundo.

  Próximo capítulo: Quem ou o quê está se aproximando da próxima Eterion Ball... e por que parece t?o familiar...