— Talvez eles venham... — murmurou para si mesmo, pensando na princesa Mya e no rei. A simples ideia de tê-los presentes em sua festa enchia seu cora??o de expectativa e leve ansiedade. Ele rolou na cama, tentando se acalmar, mas o peso da emo??o era grande demais para permitir mais descanso.
Resolveu sair do quarto, sendo recebido pelo aroma doce e cítrico de bolinhos de Morija recém-assados e suco fresco da mesma fruta, exclusiva da regi?o de Yalareth. Arysa já havia preparado tudo com cuidado especial. A mesa estava decorada com pequenas flores silvestres e pratos coloridos, criando um ambiente acolhedor e festivo.
— Bom dia, meu querido Hakuro! — disse Arysa, sua voz cheia de entusiasmo e ternura. Ela acabara de servir os bolinhos quando notou sua presen?a. Seus olhos brilhavam com o mesmo carinho de sempre, aquele que fazia Hakuro sentir-se seguro desde que era bebê. — Sabia que você estaria acordado antes de todos hoje. Preparei algo especial para o café da manh?.
Hakuro piscou, surpreso e encantado ao ver a mesa arrumada com tanto carinho. Além dos bolinhos, um copo alto de suco de Morija estava servido.
— Arysa... isso é incrível! — exclamou Hakuro, sentando-se à mesa com os olhos arregalados. — N?o precisava fazer tudo isso por mim.
Arysa balan?ou a cabe?a, rindo baixinho enquanto tirava do bolso do seu avental um pequeno pacote. Ela ent?o puxou uma cadeira e sentou-se ao lado dele, como costumava fazer quando ele era menor e precisava de ajuda para comer.
— Claro que sim, meu querido. Você sabe que eu faria qualquer coisa por você. Desde que nasceu, t?o pequenino e frágil, tenho cuidado de você como se fosse meu próprio filho. Hoje é um dia especial, e eu queria que tivesse um dia t?o maravilhoso, quanto você é para mim. Além disso, fiz essa pequena lembran?a, com esperan?a que lhe agrade.
Hakuro sentiu um calor crescer em seu peito ao ouvir aquelas palavras. Ele sabia o quanto Arysa o amava, mas às vezes esquecia o quanto ela havia sido importante em sua vida. Desde seus primeiros passos até as primeiras palavras, Arysa sempre esteve lá, guiando-o com paciência e carinho. Ele abriu o pacote com todo cuidado, revelando um livro visivelmente feito a m?o, com capa de camur?a e pergaminhos costurados.
— Obrigado, Arysa — disse ele, com uma sinceridade que fez os olhos dela brilharem ainda mais. — Eu n?o sei o que faria sem você. Guardarei com muito carinho esse presente.
Arysa sorriu, colocando uma m?o suave sobre a dele.
— N?o precisa me agradecer, meu querido. Só quero ver você feliz. Escrevi nesse livro, todas as minhas lembran?as sobre o vilarejo onde nasci, por saber de sua curiosidade, achei que seria a melhor forma de contar tudo que sempre quis lhe dizer. Mas agora coma, precisa de energia para o que vem pela frente.
Hakuro assentiu, apoiando o livro sobre a mesa e mergulhando no café da manh? com entusiasmo. Cada mordida nos bolinhos era leve e doce, com um toque cítrico que lembrava o frescor da fruta. O suco de Morija complementava perfeitamente, refrescante e energizante. Quando terminou, ele estava radiante, tanto pela refei??o quanto pela sensa??o de ser cuidado t?o carinhosamente.
Após ajudar Arysa a recolher os pratos, Hakuro se dirigiu ao jardim, onde geralmente encontrava Raka esperando por ele. Mas, para sua surpresa, a instrutora n?o estava lá. Ele franziu a testa por um momento, perguntando-se se era excessivamente cedo ou se ela simplesmente decidira dar-lhe um dia de folga. No entanto, sabendo que o treino era importante, decidiu seguir com sua rotina sozinho.
Com movimentos precisos, Hakuro come?ou seus exercícios matinais.Ele já havia aprendido que aqueles momentos eram essenciais para preparar seu corpo e mente para o treinamento físico e mental que viria em seguida. Enquanto esticava os bra?os e pernas, ouviu passos leves atrás de si. Virando-se rapidamente, ele viu Raka e Myka se aproximando, ambas com sorrisos discretos no rosto.
— Bom dia, garoto — disse Raka, cruzando os bra?os enquanto observava Hakuro com um olhar avaliador. — Parece que alguém está cheio de energia hoje.
Myka, por outro lado, segurava algo nas m?os:um colete de couro impecavelmente trabalhado, o couro era resistente, mas flexível, adornado com detalhes de bronze que brilhavam suavemente. No peito do colete, havia um drag?o esculpido com precis?o, suas escamas detalhadas refletindo a luz como se estivessem vivas.
— Achamos que seria bom dar isso a você hoje — disse ela, com um tom de voz gentil, mas cheio de orgulho. — é um presente especial, feito sob medida para você.
Raka cruzou os bra?os, observando Hakuro com orgulho.
— Este colete n?o é apenas uma pe?a de prote??o física, mas também possui encantamentos mágicos imbuídos nele. Dentro dele há um pergaminho explicativo, mas vou lhe dizer agora: ele pode curar ferimentos leves e neutralizar venenos. Para ativá-los, basta direcionar um pouco de sua mana para o colete.
Hakuro sentiu um calor crescer em seu peito ao ouvir aquelas palavras. Ele sabia que o presente n?o era apenas funcional, mas também simbólico. Era uma prova de que Raka e Myka confiavam nele, acreditavam em seu potencial e estavam investindo em sua jornada.
— Eu... n?o sei o que dizer — murmurou ele, tentando conter a emo??o na voz. — Obrigado. Prometo usá-lo com responsabilidade.
Raka riu baixinho, balan?ando a cabe?a.
— N?o precisa nos agradecer, garoto. Só fa?a valer a pena. Agora, vista isso e vamos ver como fica.
Hakuro obedeceu, colocando o colete com cuidado. Ele se ajustou perfeitamente, como se tivesse sido feito exclusivamente para ele (o que, de fato, era verdade). As inscri??es mágicas pareciam pulsar levemente contra sua pele, como um eco silencioso da mana que fluía dentro dele.
— Perfeito — disse Myka, com um aceno de aprova??o. — Agora você está pronto para continuar seu treinamento.
— Muito bem — disse Raka, com a voz firme costumeira. — Chega de conversa. Está na hora de voltar ao trabalho. Hoje vamos focar em técnicas defensivas. Pronto?
Hakuro assentiu, determinado. Com o novo colete, ele estava pronto para dar mais um passo em sua jornada.
Kyra chegou ao jardim caminhando rapidamente, enquanto Hakuro terminava uma nova série de alongamentos. Ele parecia absorto em seus pensamentos, mas logo notou a presen?a da irm?.
— Kyra? — chamou ele, surpreso. — O que está fazendo aqui t?o cedo?
Kyra sorriu, adotando um tom casual.
— Vim te avisar que está na hora de entrar. Você precisa tomar um banho e se trocar para o grande dia. Além disso, temos muita coisa para organizar antes da festa.
Hakuro franziu a testa, confuso.
— Mas ainda é cedo. Por que tanta pressa?
Kyra colocou as m?os na cintura, fingindo impaciência.
— Olha, você quer que tudo esteja perfeito, certo? Ent?o precisamos come?ar logo. O cozinheiro também está esperando para saber os detalhes finais do bolo. N?o podemos perder tempo.
Hakuro hesitou por um momento, mas acabou concordando.
— Tudo bem, tudo bem. — Virando-se para Raka e Myka que observavam tudo em silêncio. — Posso ir professora Raka?
Raka assentiu, apontando para a entrada da mans?o, com um leve sorriso.
— Vá em frente, achei que nem faria os exercícios hoje, nas fiquei orgulhosa em ver que n?o negligencia seus treinos, nem mesmo em um dia importante como hoje.
Kyra acompanhou Hakuro até a mans?o. Ele estava suado e coberto de poeira depois do treinamento matinal no jardim. Kyra olhou para ele com as sobrancelhas arqueadas, fingindo desaprova??o.
— Hakuro, você realmente precisa se lavar antes de continuarmos — disse ela, cruzando os bra?os. — N?o podemos deixar você todo suado e sujo para escolher o bolo, podemos?
Hakuro franziu a testa, ainda recuperando o f?lego.
— Mas eu estou bem assim — protestou ele, embora soubesse que Kyra tinha raz?o.
Kyra balan?ou a cabe?a, sem dar espa?o para mais argumentos.
— Nem pensar. Primeiro, você toma um banho rápido e troca de roupa. Depois, vamos até a cozinha conversar sobre o sabor do bolo.
Sem hesitar, Kyra guiou Hakuro até seu quarto, onde ele p?de se lavar e trocar de roupa. Ela esperou pacientemente enquanto ele se refrescava, certificando-se de que ele saísse limpo e apresentável. Quando finalmente estava pronto, Kyra sorriu, aprovando sua aparência.
— Muito melhor! Agora sim você está pronto para escolher o bolo. Mas antes de irmos, quero lhe entregar algo.
Kyra tirou de suas costas um pacote retangular embrulhado em suave tecido azul-claro e uma fita dourada, que segurava escondido enquanto ele se trocava.
— Este é o meu presente para você. Espero que goste!
Hakuro aceitou o pacote com curiosidade, sentindo o peso firme e sólido em suas m?os. Ele desfez o embrulho cuidadosamente, revelando um grimório encadernado em couro preto com detalhes em prata. Na capa, havia um entalhe delicado de uma fera majestosa cercada por runas mágicas.
— é... um grimório? — perguntou ele, olhando para Kyra com surpresa.
Kyra riu, cruzando os bra?os enquanto observava sua rea??o.
— N?o é apenas um grimório, irm?ozinho. Este é um grimório especializado em doma de monstros, feras e animais selvagens. Dentro dele, há informa??es detalhadas sobre como identificar, compreender e até domesticar criaturas mágicas. Eu sei o quanto você gosta de aprender coisas novas, ent?o achei que seria perfeito para você.
Hakuro abriu o grimório, maravilhado com as páginas ricamente ilustradas. Havia descri??es detalhadas de diferentes criaturas, desde lobos sangrentos até drag?es menores, juntamente com técnicas de doma e até mesmo encantamentos úteis.
— Kyra... isso é incrível! — exclamou ele, seus olhos brilhando de empolga??o. — Eu nunca tinha visto algo assim antes.
Ao tocar as páginas, Hakuro sentiu um leve pulso de mana emanando delas, como se o livro estivesse ansioso para compartilhar seus segredos.
Kyra sorriu, claramente orgulhosa de sua escolha.
— Eu sabia que você ia gostar. Além disso, pense nisso como um incentivo. Agora que você tem esse grimório, pode come?ar a praticar a arte da doma. Quem sabe? Talvez um dia você consiga domesticar um drag?o de verdade!
Hakuro piscou, surpreso com a sugest?o.
— Um drag?o? Isso seria... inacreditável!
Ele passou os dedos suavemente pelas páginas por mais alguns instantes, absorvendo cada detalhe. O grimório n?o era apenas um presente; era uma ferramenta valiosa que abriria portas para novas habilidades e possibilidades.
— Obrigado, Kyra — disse ele, com sinceridade. — Este é um presente muito especial. Prometo usá-lo bem.
Kyra bagun?ou carinhosamente os cabelos de Hakuro.
— Eu sei que vai, irm?ozinho. Talvez eu fa?a você domar alguma criatura fofinha para mim no futuro.
Hakuro assentiu, sentindo-se ainda mais motivado. Ele mal podia esperar para mergulhar no conteúdo do grimório e explorar tudo o que ele tinha a oferecer. O guardou em sua Caixa Dimensional, dando um forte e caloroso abra?o em sua irm?.
— Agora vamos, que ainda há muito a ser feito.
Os dois seguiram ent?o até a cozinha, conversando distraidamente sobre possíveis sabores pelo caminho. Ao entrarem, o ambiente estava cheio de aromas deliciosos, com panelas borbulhando no fogo e pratos sendo preparados pelos cozinheiros. O chefe, um homem alto e robusto com um chapéu branco impecável, supervisionava tudo com olhos atentos.
— Bom dia, mestre cozinheiro — cumprimentou Kyra, sorrindo calorosamente. — Este é meu irm?o Hakuro. Ele veio escolher o bolo para seu aniversário.
O cozinheiro virou-se, seu rosto iluminando-se ao ver Hakuro.
— Ah, o jovem mestre Hakuro! — exclamou ele, fazendo uma leve reverência. — é uma honra ajudá-lo com sua escolha. Que tipo de bolo gostaria para sua celebra??o?
Hakuro hesitou por um momento, pensativo. Ele sabia que queria algo especial, algo que refletisse a regi?o de Yalareth e suas memórias mais queridas.
— Eu gostaria de um bolo de frutas locais — disse ele finalmente, seus olhos brilhando ao pensar nas delícias da regi?o. — Talvez com Morija... e algumas frutas silvestres? Acho que seria perfeito.
O cozinheiro assentiu, claramente impressionado com a escolha.
— Excelente escolha, jovem mestre! Morija e frutas silvestres combinam maravilhosamente bem. Posso fazer um bolo com camadas leves de creme de Morija e recheios de geleia de frutas silvestres. Vai ser uma obra-prima!
Hakuro sorriu, sentindo-se satisfeito com sua decis?o.
— Parece perfeito! Obrigado, mestre cozinheiro.
Kyra também sorriu, orgulhosa do irm?o.
— Tenho certeza de que vai ficar incrível. Hakuro tem um ótimo gosto.
O cozinheiro inclinou-se novamente.
— E me diga, jovem mestre Hakuro — continuou ele, com um entusiasmo contagiante —, além do bolo principal, já pensou em servir bolinhos menores como acompanhamento? Bolinhos individuais s?o uma ótima op??o para os convidados que preferem algo mais prático ou que queiram levar para casa como lembran?a. Podemos disponibilizá-los em uma mesa separada ou até mesmo embrulhá-los como mimos.
Hakuro piscou, surpreso com a ideia. Ele nunca havia pensado nisso antes.
— Bolinhos individuais? — repetiu ele, intrigado. — Isso seria possível?
O cozinheiro riu, ajustando seu chapéu.
— Claro que sim! Podemos fazer pequenos bolinhos decorados com motivos que combinem com o tema da festa. Por exemplo, flores silvestres ou até mesmo pequenas réplicas do bolo principal. Seriam perfeitos para servir durante a celebra??o ou como mimos para os convidados levarem consigo.
Hakuro assentiu, seus olhos brilhando de entusiasmo. Ele podia imaginar os convidados sorrindo ao receber os pequenos bolinhos decorados.
— Gostaria muito disso! Acho que os convidados iriam adorar.
Kyra colocou uma m?o no queixo, pensativa.
— Uma ótima ideia, mestre cozinheiro. Além de práticos, esses bolinhos podem tornar a festa ainda mais memorável.
O cozinheiro sorriu, visivelmente satisfeito por ter sido útil.
— Ent?o está decidido. Faremos o bolo principal com camadas de creme de Morija e geleia de frutas silvestres, e também prepararemos bolinhos individuais para complementar. Vai ser uma combina??o deliciosa e visualmente encantadora.
Hakuro sorriu, sentindo-se cada vez mais empolgado. Após um momento de reflex?o, ele acrescentou:
— Poderíamos servir os bolinhos na mesa separada, e talvez, enfeitá-los com pequenos drag?es feitos de geleia de Morija? O tom levemente dourado ficaria perfeito e daria um toque especial.
O cozinheiro arregalou os olhos, impressionado com a sugest?o criativa.
— Pequenos drag?es em geleia de Morija? — repetiu ele, com um sorriso crescente. — Essa é uma ideia brilhante, jovem mestre! Vou garantir que os bolinhos sejam decorados exatamente como você descreveu. Os convidados v?o ficar encantados!
Hakuro assentiu, animado com a perspectiva.
— Mal posso esperar para ver como vai ficar!
O cozinheiro inclinou-se novamente.
— Vou come?ar imediatamente. Pode deixar tudo comigo.
Com o pedido feito, Hakuro e Kyra deixaram a cozinha, ambos animados com o progresso dos preparativos. Hakuro sentia-se cada vez mais confiante de que sua festa seria inesquecível.
Mais tarde, ao se reunirem para o almo?o, todos ocuparam seus lugares habituais na grande mesa da sala de jantar. A atmosfera estava levemente tensa, pois a celebra??o do aniversário de Hakuro estava prestes a come?ar, e todos sabiam que os preparativos haviam exigido muito esfor?o e dedica??o. No entanto, alguém importante faltava: Alek.
Hakuro sentou-se à mesa, olhando ocasionalmente para a cadeira vazia onde seu irm?o deveria estar sentado. Ele tentava disfar?ar sua preocupa??o, mas seus olhos revelavam um leve desapontamento. Nafyr e Kyra conversavam alegremente sobre os últimos detalhes da festa, enquanto Nyellen observava tudo com aten??o, notando o desconforto silencioso do filho ca?ula.
Quando o almo?o come?ou e Alek ainda n?o havia aparecido, Hakuro finalmente abaixou os talheres, incapaz de esconder sua tristeza.
— Mam?e... — murmurou ele, hesitante, olhando para Nyellen. — Por que Alek n?o está aqui?
Nyellen suspirou suavemente, colocando uma m?o reconfortante sobre a de Hakuro.
— N?o se preocupe, meu querido — disse ela, com um tom gentil. — Alek tem enfrentado muitas press?es ultimamente. Ele precisa de tempo para processar tudo. Dê a ele espa?o, e tenho certeza de que ele acabará entendendo o quanto você se importa.
Hakuro assentiu, mas sua express?o ainda era melancólica.
— Eu só queria que ele estivesse aqui... para celebrar comigo.
Kyra, percebendo o peso das palavras de Hakuro, interveio com um sorriso encorajador.
— Alek pode ser teimoso às vezes, mas ele vai perceber o quanto isso significa para você. E, além disso, nós estamos aqui! Hoje é o seu dia, Hakuro. Vamos aproveitar cada momento.
Nafyr concordou, fazendo um sinal para que Arysa se aproximasse com algo em m?os.
Arysa obedeceu, entregando um embrulho de veludo azul-escuro, como o céu noturno sem estrelas, e com uma faixa dourada amarrada em um grande la?o.
Ele desenrolou cuidadosamente o tecido, revelando uma espada magnífica. A bainha era impressionante: branca como a neve, que brilhavam sob a luz suave que entrava pelas janelas, criando um arco-íris etéreo no ambiente ao redor.
— Ela está certa, Hakuro. Hoje é uma ocasi?o especial, e vamos fazer dela algo inesquecível. Alek fará suas escolhas, mas isso n?o deve estragar sua felicidade.
Nafyr se aproximou de Hakuro colocando uma m?o firme no ombro do garoto, seu olhar demonstrava estar cheio de orgulho.
— Esta espada foi forjada por um mestre ferreiro an?o, alguém que dedicou anos de sua vida à arte da metalurgia mágica — explicou ele, sua voz grave ecoando com reverência. — A bainha foi feita com fragmentos de escamas de drag?o de gelo, garantindo que a arma esteja protegida contra qualquer tipo de dano. Além disso, essas escamas preservam a magia dentro da lamina, mantendo-a sempre afiada e pronta para o combate.
Hakuro assentiu, admirando a beleza e a complexidade da bainha. Com cuidado, ele desembainhou a espada, revelando a lamina com reluzente colora??o perolada.
— A lamina — continuou Nafyr, com um tom de admira??o — foi forjada em mithril, um metal raro e quase indestrutível, conhecido por sua leveza e resistência. As runas gravadas nela n?o apenas fortalecem a arma, mas também melhoram sua durabilidade e o poder de corte. S?o encantamentos antigos, transmitidos de gera??o em gera??o entre os an?es.
Hakuro observou as runas, suas m?os tremendo levemente enquanto ele as tocava. Para sua surpresa, ele conseguia entendê-las, mesmo sem pronunciar os encantamentos em voz alta. Era como se suas antigas memórias ressoassem com os símbolos, permitindo que ele lesse seu significado diretamente.
"A?o imortal, corte infinito," murmurou ele baixinho, interpretando as palavras mágicas.
— Exatamente, Hakuro. Essas runas garantem que a espada nunca se desgaste, independentemente de quantas vezes você a use. Além disso, elas aumentam o poder de seus golpes, tornando-a uma arma digna de um verdadeiro guerreiro. — Nafyr fez uma pequena pausa se dando conta que Hakuro havia lido a grava??o em runas. — Como você sabe o que estava escrito na lamina, meu filho? — Nafyr perguntou surpreso.
— Sempre que vou à nossa biblioteca, procuro coisas novas para aprender. Atualmente tenho estudado as runas antigas. — respondeu Hakuro de modo firme, entretanto Hakuro sabia que esse n?o era o verdadeiro motivo, mas também n?o entendia como conseguia ler as runas.
Nyellen continuou, sua voz suave, mas carregada de significado:
— O cabo foi esculpido em chifre de bicornio negro, um material extremamente raro e resistente. Os fragmentos de ametista nos olhos do drag?o n?o s?o apenas decorativos; eles servem como amplificadores de mana, permitindo que você canalize sua magia diretamente na lamina.
Hakuro segurou a espada firmemente, sentindo sua mana fluir suavemente. Para sua surpresa, ela respondeu instantaneamente, emanando uma leve luminescência azulada que dan?ava ao longo das runas.
— Ela... me responde — disse ele, maravilhado.
Nafyr sorriu, orgulhoso.
— Sim, Hakuro. Essa espada foi feita para você e apenas para você. Ninguém mais poderá usá-la. Ela reconhece seu espírito e sua essência.
Nyellen colocou uma m?o gentil no rosto de Hakuro, seus olhos brilhando de emo??o.
— Esta espada é um presente, mas também é um símbolo de confian?a. Confiamos que você a usará para proteger aqueles que ama e para seguir o caminho que escolher. Lembre-se sempre disso.
Hakuro abaixou a cabe?a, profundamente tocado. Ele guardou cuidadosamente a espada em sua bainha e a guardou em sua Caixa Dimensional.
— Prometo honrá-la — disse ele, sua voz firme e sincera. — E prometo honrar essa família, que faz tanto por mim.
Nyellen sorriu, acariciando suavemente o cabelo de Hakuro.
— Agora, vamos aproveitar este delicioso almo?o e nos preparar para a festa. Tenho certeza de que seus convidados ficar?o impressionados com tudo o que preparamos.
Com essas palavras, a conversa à mesa voltou a fluir, e Hakuro tentou se concentrar nas risadas e nas histórias compartilhadas por sua família. Apesar da ausência de Alek, ele sabia que estava cercado por pessoas que o amavam e se importavam profundamente com ele.
Enquanto terminavam o almo?o, Hakuro olhou pela janela, observando o jardim onde logo receberia seus amigos e convidados. Ele sentia uma mistura de emo??es: empolga??o pelo que estava por vir, gratid?o por sua família e os presentes maravilhosos que havia recebido e um toque de tristeza pela ausência de Alek. Mas, acima de tudo, ele estava determinado a aproveitar o dia e criar memórias que durariam para sempre.
A tarde passou como se fossem apenas segundos, Hakuro só notou a proximidade da festa quando Arysa o chamou para se trocar e se preparar para receber os convidados. Ele estava t?o envolvido nos preparativos e na companhia de sua família que mal percebeu o tempo voar.
— Hakuro-sama — chamou Arysa, com um sorriso caloroso ao entrar na sala onde ele brincava com alguns dos enfeites mágicos que haviam sido trazidos para decorar o sal?o principal. — Está quase na hora. Venha, vamos deixá-lo ainda mais apresentável para seus convidados.
Hakuro assentiu, levantando-se rapidamente. Ele sabia que aquele era um momento importante, e queria estar à altura das expectativas. Seguiu Arysa até seu quarto, onde encontrou um traje especialmente preparado para a ocasi?o. Era uma roupa elegante, mas confortável, com detalhes em lilás e dourado que combinavam perfeitamente com seus cabelos e olhos roxos. O tecido parecia brilhar levemente sob a luz, como se tivesse sido encantado por magia sutil.
— Uau… — murmurou Hakuro, admirando o traje enquanto Arysa o ajudava a vesti-lo. — Isso é incrível!
Arysa riu suavemente, ajustando os últimos detalhes.
— Claro que é! Você merece algo especial hoje, Hakuro-sama. Este é o seu dia, afinal.
Quando finalmente estava pronto, Hakuro olhou-se no espelho, sentindo-se quase irreconhecível. Ele parecia mais maduro, embora ainda carregasse a inocência de uma crian?a. Seus olhos brilhavam de empolga??o, e ele n?o conseguia esconder o sorriso que se formava em seu rosto.
— Estou pronto! — anunciou ele, virando-se para Arysa com entusiasmo.
Ela assentiu, orgulhosa.
— Sim, você está. Agora, vamos lá. Seus convidados já devem estar chegando.
Ao sair do quarto, Hakuro foi recebido por Kyra, que o esperava no corredor. Ela também estava vestida para a ocasi?o, com um vestido longo e refinado que combinava com a elegancia do evento.
— Hakuro! — exclamou ela, dando um giro exagerado para exibir o próprio traje. — O que acha? N?o estou magnífica?
Hakuro riu, balan?ando a cabe?a.
— Você sempre está, Kyra.
Kyra piscou para ele, bagun?ando seus cabelos de leve antes de oferecer-lhe a m?o.
— Vamos, irm?ozinho. Está na hora de receber seus convidados.
Hakuro assentiu, sentindo um frio na barriga ao seguir Kyra até a entrada principal da mans?o. Ele estava ansioso para ver seus amigos e os convidados especiais que haviam aceitado seu convite. Quando chegaram à porta, Nyellen já os aguardava, vestida com um longo vestido prateado que brilhava suavemente sob a luz das lanternas mágicas que iluminavam o caminho até a entrada.
— Pronto para isso, meu querido? — perguntou Nyellen, colocando uma m?o reconfortante no ombro de Hakuro.
— Acho que sim... — respondeu ele, tentando esconder o nervosismo.
Nafyr apareceu logo atrás, ajustando discretamente a gravata de seu casaco formal.
— Lembre-se, Hakuro: você é o anfitri?o hoje. Sorria, seja educado e aproveite cada momento. Todos vieram aqui porque gostam de você.
Hakuro respirou fundo, endireitando os ombros. Ele sabia que aquela era sua chance de mostrar gratid?o às pessoas que tinham sido importantes em sua jornada. Com um aceno de cabe?a para sua m?e e seu pai, ele se posicionou ao lado de Kyra na entrada, pronto para receber os primeiros convidados.
O som de rodas de carruagem ecoou pelo caminho, anunciando a chegada dos primeiros visitantes. Elfynor e Lynn foram os primeiros a descer, ambos elegantemente vestidos. Elfynor usava um colete bordado com fios metálicos, enquanto Lynn trajava um vestido simples, mas delicado, que combinava perfeitamente com sua personalidade tímida.
Hakuro sorriu ao vê-los e deu um passo à frente, inclinando-se levemente em uma reverência.
— Boa noite, Sr. Elfynor, senhorita Lynn — cumprimentou ele, com um tom caloroso. — é uma honra recebê-los aqui.
Elfynor sorriu, fazendo uma reverência educada.
— Parabéns pelo seu aniversário, Hakuro-sama. Estamos honrados por estar aqui.
Lynn, timidamente, abaixou os olhos, mas Hakuro n?o deixou de notar como ela parecia radiante naquela noite.
— Senhorita Lynn — disse ele, com um sorriso encantador —, você está incrivelmente bela esta noite. Esse vestido combina perfeitamente com você.
Lynn corou imediatamente, levando uma m?o ao rosto enquanto tentava esconder o rubor.
— O-obrigada, Hakuro-sama… — murmurou ela, visivelmente constrangida, mas com um sorriso sincero.
Hakuro sentiu um calor crescente em seu peito ao ver a rea??o dela, mas rapidamente voltou sua aten??o para Elfynor.
— E você, Sr. Elfynor, está impecável como sempre. Mal posso esperar para apresentá-los aos outros convidados.
Com uma última reverência, Elfynor e Lynn entraram na mans?o, seguidos pelos olhos orgulhosos de Hakuro.
Mais carruagens come?aram a chegar, e logo uma carruagem luxuosa parou na entrada da mans?o. Quando as portas se abriram, Mieko desceu timidamente, segurando o convite nas m?os como se ainda estivesse surpresa por ter sido convidada. Atrás dela, um homem alto e imponente emergiu da carruagem. Seus cabelos grisalhos brilhavam sob a luz das lanternas mágicas, e seu porte exalava autoridade e sabedoria. Era Yanthorn, o mestre da Guilda de Aventureiros.
Hakuro aproximou-se rapidamente, com um sorriso caloroso no rosto.
— Mieko-san! — exclamou ele, genuinamente feliz ao vê-la. — Que bom que você veio!
Mieko sorriu, visivelmente emocionada.
— Eu n?o poderia perder isso, Hakuro-sama. Parabéns pelo seu aniversário.
Hakuro balan?ou a cabe?a suavemente, tentando dissipar a formalidade.
— Por favor, pode me chamar só de Hakuro. Você é importante para mim, ent?o n?o precisa ser t?o formal.
Mieko assentiu, parecendo mais relaxada.
— Obrigada, Hakuro. é uma honra estar aqui.
Enquanto isso, Yanthorn deu alguns passos à frente, observando Nyellen e Nafyr, que já haviam se aproximado para cumprimentá-lo. Um sorriso caloroso surgiu em seus lábios enquanto ele fazia uma reverência respeitosa.
— Nafyr, Nyellen — disse ele, com sua voz grave e amigável. — Há quanto tempo! Como v?o vocês?
Nafyr sorriu, estendendo a m?o para um aperto firme.
— Yanthorn, meu velho amigo! Estamos bem, obrigado por perguntar. Mas agora somos nós que devemos agradecer por sua presen?a. é uma honra tê-lo aqui.
Nyellen curvou-se levemente, com um sorriso gracioso.
— Sim, Yanthorn. Sua presen?a significa muito para nós... e especialmente para Hakuro. Ele foi muito insistente em convidar Mieko, e fico feliz que você tenha decidido acompanhá-la.
Yanthorn riu baixinho, cruzando os bra?os.
— N?o poderia perder a chance de ver como o jovem Hakuro está se saindo. Além disso, Mieko falou tanto sobre o convite que eu n?o pude resistir. Ela estava t?o nervosa que decidi garantir que tudo corresse bem.
Mieko corou levemente, olhando para o ch?o.
— Mestre Yanthorn... — murmurou ela, envergonhada.
Hakuro aproximou-se de Yanthorn, inclinando-se educadamente.
— Mestre Yanthorn, obrigado por vir. Fico muito feliz em recebê-lo aqui. E também por cuidar de Mieko-san durante a viagem.
Yanthorn piscou para Hakuro, com um sorriso bondoso.
— N?o há de quê, meu jovem. E posso dizer que você tem um talento incrível. Os relatórios sobre suas miss?es chegaram até mesmo ao meu escritório. Estou impressionado com o progresso que fez em t?o pouco tempo.
Hakuro corou ligeiramente, sentindo-se orgulhoso, mas tentando manter a modéstia.
The author's tale has been misappropriated; report any instances of this story on Amazon.
— Agrade?o pelos elogios, mestre Yanthorn. Mas sei que ainda tenho muito a aprender.
— E é exatamente essa humildade que fará de você um grande aventureiro — acrescentou Yanthorn, com um tom paternal. — Continue assim, Hakuro. O futuro é promissor para você.
Nyellen colocou uma m?o suave no ombro de Hakuro, compartilhando o momento de orgulho.
— Bem, vamos entrar? — sugeriu ela, voltando-se para Yanthorn e Mieko. — A festa está prestes a come?ar, e gostaríamos de apresentá-los aos outros convidados.
Yanthorn assentiu, oferecendo o bra?o a Mieko enquanto caminhavam em dire??o à entrada.
— Claro, seria uma honra conhecer os outros convidados. E quem sabe? Talvez eu possa compartilhar algumas histórias sobre os primeiros dias de Nafyr e Nyellen como aventureiros. Tenho certeza de que Hakuro adoraria ouvir.
Nafyr riu, balan?ando a cabe?a.
— Yanthorn, por favor, poupe-nos dessas histórias antigas! N?o quero que Hakuro saiba de todos os meus erros quando eu era jovem.
Todos riram, e o clima ficou ainda mais leve enquanto entravam na mans?o. Hakuro sentiu um calor crescente em seu peito ao perceber o quanto aquele dia estava sendo especial. Ele estava cercado por pessoas que admirava e respeitava, e cada momento parecia fortalecer ainda mais os la?os entre eles.
Após as risadas compartilhadas entre Nafyr, Yanthorn e os outros convidados, Hakuro voltou sua aten??o para a entrada da mans?o, onde mais carruagens come?avam a chegar. Uma delas chamou sua aten??o imediatamente: era uma carruagem simples, mas elegante, puxada por um único cavalo branco reluzente. Quando a porta se abriu, um homem alto e magro desceu, vestindo uma longa capa cinza com detalhes dourados bordados nas mangas. Seus cabelos grisalhos estavam presos em um rabo de cavalo baixo, e seus olhos azuis brilhavam com uma mistura de sabedoria e curiosidade.
Era mestre Elaryon.
Hakuro sentiu seu cora??o acelerar ao reconhecer o artes?o. Ele correu até o homem, inclinando-se educadamente.
— Mestre Elaryon! — exclamou Hakuro, com um sorriso radiante. — Que bom que o senhor veio!
Elaryon sorriu, claramente tocado pela recep??o calorosa.
— Jovem Hakuro — disse ele, com sua voz suave e calma. — N?o poderia perder esta ocasi?o. O convite foi uma honra inesperada, e eu n?o poderia recusar.
Hakuro balan?ou a cabe?a, tentando esconder o rubor em suas bochechas.
— Eu queria muito que o senhor viesse. Afinal, a Yoihana tem sido minha companheira inseparável em todas as minhas aventuras. Queria agradecer novamente por isso.
Elaryon colocou uma m?o gentil no ombro de Hakuro.
— Foi ela quem escolheu você, meu jovem. Eu apenas a preparei para encontrar o caminho certo. Você tem um dom especial, Hakuro. Só espero que continue a usá-lo com sabedoria.
Nafyr e Nyellen aproximaram-se, notando a intera??o carinhosa entre os dois.
— Mestre Elaryon — cumprimentou Nafyr, inclinando-se levemente. — é sempre um prazer vê-lo. Parece que faz séculos desde a última vez que nos encontramos.
Elaryon assentiu, visivelmente emocionado.
— Senhor Nafyr, Lady Nyellen... é uma honra estar aqui. E ver como Hakuro cresceu desde a primeira vez que o conheci é algo verdadeiramente especial.
Nyellen sorriu, colocando uma m?o no bra?o de Hakuro.
— Sim, ele tem progredido rapidamente. Mas, como você bem sabe, ainda há muito a aprender. E talvez o senhor possa nos ajudar nisso, compartilhando alguns de seus conhecimentos com ele.
Elaryon riu baixinho, cruzando os bra?os.
— Bem, se o jovem Hakuro desejar, ficarei feliz em orientá-lo. Embora eu tenha certeza de que ele já aprendeu muito com os melhores professores.
Hakuro corou novamente, sentindo-se envergonhado com os elogios.
— Mestre Elaryon, eu... eu gostaria muito disso. Quero aprender tudo o que puder sobre magia e artesanato.
Elaryon trocou um olhar significativo com Nyellen, que assentiu com um leve sorriso.
— Ent?o será um prazer, Hakuro. Talvez possamos conversar mais tarde sobre como a magia pode ser moldada e refinada, assim como os materiais que uso em minhas cria??es.
Nyellen evitando que a conversa se prolongasse interveio suavemente, indicando o interior da mans?o.
— Bem, vamos entrar? A festa está prestes a come?ar, e gostaríamos que todos aproveitassem o momento.
Elaryon assentiu, oferecendo o bra?o a Hakuro enquanto caminhavam em dire??o à entrada.
— Mais uma vez, obrigado pelo convite, Hakuro. Esta noite promete ser memorável.
Hakuro sorriu, sentindo-se grato por ter mestre Elaryon ali. Ele sabia que aquela era uma oportunidade única de fortalecer ainda mais os la?os com o homem que havia lhe dado uma das maiores bên??os de sua jornada.
O som de cascos de cavalos ecoou novamente pelo caminho que levava à entrada da mans?o, mas desta vez havia algo diferente no ar — uma aura de majestade e poder que parecia preencher o ambiente. Todos os convidados presentes no sal?o se viraram instintivamente, sentindo a presen?a imponente que se aproximava.
Uma carruagem dourada, adornada com o bras?o real do reino, parou suavemente na entrada. Seus detalhes brilhavam sob a luz das lanternas mágicas, refletindo um esplendor que só poderia pertencer à realeza. Quando as portas se abriram, dois guardas reais desceram primeiro, posicionando-se ao lado da carruagem com express?es sérias e posturas impecáveis.
Primeiro veio a princesa Mya, radiante em um vestido azul claro bordado com fios dourados que pareciam capturar a luz como estrelas. Seus cabelos dourados caiam em ondas perfeitas sobre seus ombros, e seus olhos azuis brilhavam como safiras sob a luz suave das lanternas. Ela sorriu calorosamente ao avistar Hakuro, que estava parado à entrada, visivelmente nervoso, mas determinado a recebê-la com toda a cortesia.
— Princesa Mya... — murmurou Hakuro, inclinando-se respeitosamente. — é uma honra tê-la aqui. E permita-me dizer... seus cabelos est?o ainda mais belos esta noite. Parecem capturar a própria luz das estrelas.
Mya riu baixinho, claramente encantada com o elogio.
— Você é muito gentil, Hakuro — disse ela, com um sorriso gracioso. — Obrigada pelo convite. Estou muito feliz por estar aqui.
Antes que Hakuro pudesse responder, uma figura ainda mais imponente emergiu da carruagem. Era o rei Tafyr Akashy, governante supremo do reino. Alto e majestoso, ele trajava uma capa vermelha com detalhes dourados que brilhavam como chamas sob a luz. Seu olhar era firme, mas carregava uma gentileza que revelava sua humanidade, mesmo diante de sua posi??o elevada.
Hakuro sentiu seu cora??o acelerar ao reconhecer o homem que seu pai havia descrito como um líder sábio e justo. Ele engoliu em seco e fez uma reverência profunda, tentando controlar o nervosismo.
— Sua Majestade... — disse Hakuro, sua voz soando mais alta e clara do que esperava. — é uma honra além de qualquer palavra ter o senhor aqui hoje.
O rei Tafyr sorriu levemente, colocando uma m?o sobre o ombro de Hakuro para que ele se erguesse.
— Levante-se, jovem Hakuro — disse ele, sua voz grave e amigável. — N?o há necessidade de formalidades excessivas entre amigos.
Hakuro ergueu-se lentamente, surpreso com a proximidade e a bondade do monarca. Ele trocou um rápido olhar com Nafyr e Nyellen, que já haviam se aproximado para cumprimentar o rei.
— Tafyr — disse Nafyr, inclinando-se respeitosamente. — Faz apenas dez dias desde que nos vimos, mas parece que foi há muito mais tempo.
Tafyr assentiu, abra?ando Nafyr como um velho amigo.
— Verdade, Nafyr. E vocês continuam t?o imponentes quanto sempre — disse ele, voltando-se para Nyellen com um sorriso caloroso. — E você, Nyellen... continua t?o elegante quanto na nossa última aventura juntos.
Nyellen curvou-se graciosamente.
— A honra é nossa, Sua Majestade. E estamos especialmente felizes por compartilhar este momento com vocês.
O rei Tafyr ent?o voltou seu olhar para Hakuro, observando-o com aten??o.
— Ent?o, este é o jovem Hakuro — disse ele, com um tom de aprova??o. — Ouvi muitas coisas boas sobre você, meu rapaz. Parece que está seguindo os passos de seus pais com grande habilidade.
Hakuro corou levemente, sentindo-se orgulhoso apesar da timidez.
— Eu... eu só estou tentando fazer o melhor que posso, Sua Majestade — respondeu ele, hesitante.
Tafyr riu baixinho, balan?ando a cabe?a.
— N?o subestime o valor do esfor?o, Hakuro. Muitos grandes homens come?aram exatamente onde você está agora. Continue assim, e tenho certeza de que fará grandes coisas.
Nafyr interveio suavemente, indicando o interior da mans?o.
— Bem, vamos entrar? A festa está prestes a come?ar, e gostaríamos de apresentá-los aos outros convidados.
Tafyr assentiu, oferecendo o bra?o a Mya enquanto caminhavam em dire??o à entrada.
— Claro. Além disso, estou ansioso para ver como a nova gera??o está se desenvolvendo. Pelo que vejo, Hakuro tem um futuro promissor pela frente.
Enquanto entravam, Hakuro sentiu um calor crescente em seu peito. Ele mal podia acreditar que o rei Tafyr havia aceitado seu convite e ainda o tratara com tanta gentileza. Era um momento que ele jamais esqueceria.
Kyra aproximou-se dele, sussurrando baixinho:
— Viu? Eu disse que seria inesquecível.
Hakuro sorriu, concordando silenciosamente. Sim, aquele era um dia que ficaria gravado em sua memória para sempre.
Após as chegadas emocionantes e os cumprimentos calorosos, a festa come?ou oficialmente na mans?o Yalareth. Todos os convidados estavam reunidos em volta de Hakuro, que agora se encontrava parado ao lado da mesa principal, visivelmente nervoso, mas determinado a expressar seus sentimentos.
Ele respirou fundo, olhando ao redor, viu os rostos familiares de sua família, amigos e até pessoas que ele admirava profundamente. Seu cora??o estava cheio de gratid?o.
— Queridos amigos e familiares — come?ou ele, sua voz suave, mas clara ecoando pela sala. — Hoje é um dia muito especial para mim, n?o apenas porque estou celebrando meu aniversário, mas porque tenho a oportunidade de estar cercado por pessoas que significam muito para mim.
Ele fez uma pausa, olhando diretamente para Mieko, Yanthorn, Elaryon e a princesa Mya, antes de continuar:
— Cada um de vocês desempenhou um papel importante em minha jornada até aqui. Vocês me deram apoio, conhecimento e amizade. Sem isso, eu n?o seria quem sou hoje. Por isso, quero agradecer do fundo do meu cora??o por estarem aqui comigo nesta noite t?o especial.
Hakuro olhou para seus pais com um sorriso tímido.
— Papai e mam?e... eu n?o poderia pedir por melhores guias nesta vida. Vocês sempre me ensinaram o valor do esfor?o, do respeito e da bondade. Kyra... você é a melhor irm? que alguém poderia ter. Sempre me apoiando, quando eu preciso. Arysa, você é maravilhosa, meu alicerce, minha amiga e companheira, sou muito grato por todo carinho e cuidado que dedica a mim. E por fim, mas n?o menos importante, meu irm?o Alek, — Hakuro fez uma breve pausa, seus olhos buscando involuntariamente a cadeira vazia onde Alek deveria estar sentado, antes de continuar com firmeza. — que sempre me faz desejar ser mais do que sou... e cujo exemplo, mesmo quando distante, continua a me inspirar.
Nyellen trocou um olhar preocupado com Nafyr, enquanto Kyra abaixava os olhos, refletindo sobre a ausência do irm?o. Mas Hakuro se manteve firme, voltando seu olhar para Raka e Myka, que estavam paradas discretamente ao lado de Nafyr e Nyellen. Sua express?o se suavizou, carregada de admira??o e gratid?o.
— Professora Raka e professora Myka... este último ano n?o teria sido possível sem vocês. Vocês foram mais do que instrutoras; foram mentoras, guias e exemplos a serem seguidos. Aprendi tanto com vocês: desde como empunhar uma espada até como controlar minha magia e enfrentar desafios com coragem. Vocês nunca deixaram de acreditar em mim, mesmo quando eu achava que n?o conseguiria. Por isso, quero que saibam o quanto sou grato por tudo o que fizem por mim.
Raka e Myka trocaram olhares emocionados, enquanto Nyellen e Nafyr sorriam orgulhosos ao ver o reconhecimento sincero de Hakuro.
Voltando sua aten??o para os outros convidados, Hakuro continuou:
— E aos meus amigos e mentores... sua alteza rei Tafyr, princesa Mya, Mieko-san, mestre Yanthorn, mestre Elaryon e todos os outros aqui presentes... obrigado por acreditarem em mim e por compartilharem este momento comigo. Espero que possamos continuar construindo memórias juntos no futuro.
Ele fez uma breve pausa, buscando os olhos de Lynn e Elfynor na multid?o. Quando os encontrou, seu sorriso se ampliou, embora ele estivesse visivelmente tímido.
— E, claro, n?o posso deixar de mencionar duas pessoas que têm um lugar muito especial em meu cora??o. Senhor Elfynor, sua generosidade e talento s?o inspiradores. O traje que o senhor criou para o meu batismo foi algo que me marcou profundamente, e sou muito grato por ter conhecido você e sua filha.
Ele hesitou por um momento, sentindo o calor subir às suas bochechas enquanto olhava para Lynn.
— E... Lynn... — disse ele, sua voz suave, mas firme. — Desde o primeiro momento em que nos conhecemos, você mostrou gentileza e paciência comigo. Seu bordado e sua dedica??o ao trabalho de seu pai s?o incríveis, em especial, aquele drag?o magnífico que você criou para o meu batismo. Ele foi algo que realmente me tocou. Você tem um cora??o magnífico... e eu só queria dizer que significa muito para mim.
Lynn corou levemente, sorrindo timidamente enquanto baixava os olhos. Elfynor, por outro lado, assentiu com um sorriso orgulhoso, claramente tocado pelas palavras de Hakuro.
Finalizando, Hakuro respirou fundo, um tanto aliviado por n?o ter esquecido de ninguém.
— Prometo continuar me esfor?ando para ser digno de todo esse amor e apoio. Obrigado novamente por tornarem esta noite inesquecível.
Os convidados aplaudiram calorosamente, alguns até se levantando para demonstrar seu respeito e carinho pelo jovem anfitri?o. Lynn parecia particularmente emocionada, enquanto Elfynor trocava um olhar orgulhoso com Nyellen e Nafyr.
Após o emocionante discurso de Hakuro, os criados come?aram a servir os pratos, cada um mais refinado e delicioso que o anterior. O menu foi especialmente planejado por Nyellen, que supervisionou cada detalhe com seu olhar atento para a perfei??o. Entre os destaques estavam:
- Entrada: Sopa Cremosa de Trufas Silvestres
Uma sopa delicada e aromática, feita com trufas silvestres colhidas nas florestas próximas e levemente temperada com ervas frescas. Servida em tigelas de porcelana fina, cada colherada era um prelúdio ao banquete que estava por vir. - Prato Principal: Filé de Carneiro Assado com Molho de Vinho Tinto e Ervas Raras
O prato principal era um filé de carneiro assado lentamente até atingir a perfeita textura suculenta. Acompanhava um molho rico de vinho tinto envelhecido, infus?o de alecrim e tomilho, além de legumes assados caramelizados. Para aqueles que preferiam op??es vegetarianas, havia também um soufflé de cogumelos recheado com queijo derretido e ervas frescas. - Acompanhamentos: Purê de Batatas Roxas e Aspargos Grelhados com Manteiga Clarificada
O purê de batatas roxas, cremoso e ligeiramente adocicado, contrastava perfeitamente com os aspargos grelhados, que eram finalizados com um toque generoso de manteiga clarificada e raspas de lim?o. - Bebidas: Vinhos Famosos da Regi?o e Suco de Frutas Silvestres Frescas
Os adultos puderam saborear vinhos famosos da regi?o, enquanto as crian?as e os abstêmios desfrutavam de um suco fresco de frutas silvestres, cujo sabor lembrava o aroma das florestas ao amanhecer.
Quando o jantar chegou ao fim, os criados trouxeram o ponto alto da noite: o bolo de morija com frutas silvestres. Era uma cria??o espetacular, digna de aplausos. O bolo era composto por camadas altas de p?o-de-ló úmido e delicado, intercaladas com recheios de creme de morija e geleia com peda?os de frutas silvestres frescas. O glacê brilhante cobria toda a superfície, exibindo um tom rosado suave que lembrava o crepúsculo.
Mas o verdadeiro destaque eram os pequenos drag?es dourados feitos de geleia de morija, cuidadosamente moldados e posicionados sobre o bolo. Eles pareciam dan?ar sobre as camadas, com detalhes minuciosos que capturavam a luz das velas mágicas. Alguns até brilhavam levemente, como se tivessem sido encantados para ganhar vida própria.
Hakuro ficou maravilhado ao ver o bolo sendo colocado à sua frente. Ele mal podia acreditar que algo t?o belo havia sido criado especialmente para ele.
— Isso é incrível! — exclamou ele, olhando para Nyellen com admira??o. — Você viu esses drag?es?
Nyellen sorriu, orgulhosa.
— Sim, querido. Nosso chefe passou a tarde toda se dedicando a fazer algo único para você. Espero que goste.
Enquanto os convidados aplaudiam, Lynn se aproximou timidamente.
— Os drag?es... s?o lindos — disse ela, corando levemente. — Parecem saídos de um conto de fadas.
Hakuro sorriu, sentindo seu cora??o aquecer ao ouvir o comentário dela.
— Sim, eles s?o perfeitos — respondeu ele, antes de cortar a primeira fatia do bolo com a ajuda de Nafyr.
Os drag?es reluziam sob a luz, e o aroma doce de morija e frutas frescas preenchia o ar, deixando todos com água na boca.
Kyra piscou para Hakuro enquanto pegava sua fatia.
— Parece que você tem um novo símbolo para sua cole??o de drag?es, irm?ozinho.
Hakuro riu, saboreando o primeiro peda?o do bolo.
— Definitivamente. Este é o melhor dia da minha vida!
A festa gradualmente se transformou em um momento mais íntimo. Os presentes come?aram a ser entregues, e Mieko acompanhada por Yanthorn foram os primeiros a se aproximar, carregando um pacote estreito embrulhado em seda azul-claro com detalhes dourados. Mestre Yanthorn sorria com ar paternal, enquanto Mieko parecia levemente nervosa, mas radiante.
— Hakuro — come?ou Yanthorn, sua voz grave e calorosa —, este é nosso presente para você. Esperamos que seja útil em suas futuras aventuras.
Hakuro aceitou o pacote com curiosidade, sentindo o peso surpreendentemente leve, mas firme, em suas m?os. Ele desfez cuidadosamente o embrulho, revelando uma adaga magnífica. O cabo era revestido com couro de wyvern, exibindo uma textura única e escamas brilhantes que refletiam a luz das lanternas mágicas. A lamina, por outro lado, era feita de cristal translúcido, com veios finos de mana pulsando suavemente dentro dela.
— é... uma adaga? — perguntou Hakuro, maravilhado, passando os dedos delicadamente sobre a lamina.
Mieko assentiu, seus olhos rosados brilhando de entusiasmo.
— Sim, é uma adaga especializada para a colheita de ervas mágicas e ingredientes raros. O couro de wyvern no cabo oferece um excelente controle, mesmo em situa??es adversas, e a lamina de cristal foi encantada com um feiti?o que aprimora o corte, permitindo que você colete plantas sem danificá-las.
Yanthorn cruzou os bra?os, observando Hakuro com orgulho.
— Sabemos o quanto você tem se dedicado às miss?es da guilda e aos treinamentos. Esta adaga n?o apenas facilitará suas tarefas de coleta, mas também será útil em outras situa??es. Pode ser usada como uma arma secundária em combate, caso precise, ou para carnear uma presa em uma viagem mais longa.
Hakuro segurou a adaga com mais firmeza, sentindo um leve formigamento em seus dedos, como se a mana pulsante da adaga estivesse se conectando diretamente à sua própria energia, respondendo à sua presen?a.
— Isso é incrível... — murmurou ele, ainda admirado. — Nunca vi algo assim antes.
Mieko sorriu, claramente satisfeita com a rea??o dele.
— Quando Nafyr me mandou a carta solicitando instrutores para você, mencionou suas habilidades com magia, e depois, Mieko me contou sobre sua paix?o por aprender, eu sabia que esta adaga seria perfeita para você. Além disso, ela foi feita especialmente para alguém com afinidade mágica. Acredito que você vai gostar muito de usá-la.
Hakuro foi incapaz de conter sua emo??o, e abra?ou Mieko com for?a.
— Obrigado, Mieko-san! E obrigado, mestre Yanthorn! Este presente significa muito para mim.
Yanthorn riu baixinho, bagun?ando os cabelos de Hakuro.
— N?o há de quê, garoto. Lembre-se de usá-la com sabedoria. Uma boa ferramenta nas m?os certas pode fazer toda a diferen?a.
Kyra, que assistia à cena de perto, inclinou-se para observar a adaga mais de perto.
— Isso é realmente impressionante — comentou ela, piscando para Hakuro. — Agora você tem uma ferramenta digna de um verdadeiro aventureiro.
Hakuro sorriu, sentindo-se mais confiante do que nunca. Ele guardou a adaga cuidadosamente em sua Caixa Dimensional, determinado a usá-la em suas próximas miss?es.
Assim que Mieko e Yanthorn se afastaram, Hakuro caminhou até onde Lynn estava, timidamente isolada, observando os convidados. Ela parecia um pouco fora de lugar entre tantos nobres e figuras importantes, mas seu sorriso suave refletia o quanto ela estava grata por estar ali.
— Lynn-san — chamou Hakuro gentilmente, fazendo-a se virar para ele. — Gostaria de apresentá-la a alguém muito importante para mim.
Lynn assentiu, ajustando discretamente o vestido feito por seu pai especialmente para a ocasi?o.
— Claro, Hakuro-sama — respondeu ela, sua voz baixa, mas cheia de gratid?o.
Hakuro caminhou devagar, garantindo que Lynn se sentisse confortável ao segui-lo. Ele percebeu que ela hesitava ao atravessar o sal?o lotado, ent?o diminuiu o ritmo, oferecendo-lhe um sorriso tranquilizador, a conduziu até onde Mya estava conversando com Elfynor e Nyellen. Ao verem os dois se aproximarem, interromperam sua conversa e olharam na dire??o de Hakuro com express?es curiosas.
— Princesa Mya — come?ou Hakuro, parando ao lado dela com Lynn ao seu lado. — Gostaria de apresentar alguém muito especial para mim. Esta é Lynn, a artes? que criou o drag?o mágico para o meu batismo. Sem ela, meu batismo n?o teria sido t?o significativo naquele dia.
Os olhos de Mya brilharam com interesse enquanto ela estendia a m?o para Lynn em um gesto caloroso.
— é uma honra conhecê-la, Lynn-san — disse Mya, sua voz transbordando sinceridade. — Ouvi muito sobre você e o maravilhoso trabalho que realiza. O drag?o que você criou para Hakuro foi verdadeiramente impressionante.
Lynn fez uma reverência respeitosa, suas bochechas levemente coradas pelo elogio.
— A honra é minha, Vossa Alteza — respondeu ela, hesitante, mas visivelmente encantada. — Fico feliz em saber que meu trabalho trouxe alegria a Hakuro-sama.
Mya sorriu, seus olhos brilhando com admira??o.
— N?o apenas alegria, Lynn-san, mas também inspira??o. Seu talento é evidente, e tenho certeza de que há muito mais que você pode criar. Aliás, tenho uma ideia... — Mya fez uma breve pausa, como se ponderasse suas próximas palavras. — Gostaria de encomendar algo especial para você criar, caso esteja disposta.
Os olhos de Lynn se arregalaram de surpresa.
— Para mim, Vossa Alteza? — perguntou ela, quase sem acreditar no que estava ouvindo.
Mya assentiu com um sorriso amigável.
— Sim. Gostaria de um len?o bordado com meu bras?o pessoal. Tenho certeza de que suas m?os habilidosas far?o um trabalho impecável. Além disso, gostaria de convidá-la para um chá no castelo. Mandarei uma carruagem buscá-la em breve para que possamos conversar mais sobre seus trabalhos e talvez discutir futuras colabora??es.
Hakuro observava a cena com um sorriso discreto, sentindo-se orgulhoso por criar essa conex?o. Ele percebeu que Lynn estava genuinamente emocionada com o convite.
— Eu... ficaria honrada, Vossa Alteza — respondeu Lynn, sua voz cheia de gratid?o. — Farei o meu melhor para atender à sua encomenda.
— Mal posso esperar para ver o resultado do seu trabalho. E espero que aproveite o chá no castelo. Será uma ótima chance de conhecer mais sobre nossa cultura e tradi??es. — Concluiu Mya, notando que Elfynor se aproximava.
— Hakuro-sama — come?ou Elfynor, com um sorriso caloroso. — Este é nosso presente para você. Esperamos que seja útil em suas aventuras futuras.
Hakuro aceitou o pacote com curiosidade, sentindo o tecido macio e leve entre seus dedos. Ele desenrolou cuidadosamente o embrulho, revelando uma capa élfica deslumbrante. O tecido era de um azul profundo, quase como o céu noturno, e estava bordado com runas élficas em fios mágicos prateados que pareciam pulsar com uma energia sutil.
— é... uma capa? — perguntou Hakuro, maravilhado, passando os dedos sobre as runas bordadas.
Lynn assentiu, sua voz suave mas cheia de entusiasmo.
— Sim, é uma capa especial feita por meu pai. As runas élficas bordadas com fios mágicos prateados amplificam magias de vento, ajudando você a se mover mais rapidamente ou até mesmo criar escudos de ar quando precisar. Além disso, ela concede prote??o leve contra projéteis e mantém quem a usa aquecido, o que é perfeito para viagens longas ou climas frios.
Elfynor cruzou os bra?os, observando Hakuro com orgulho.
— Essa capa foi criada pensando em aventureiros como você. Ela n?o apenas oferece prote??o prática, mas também é um símbolo de respeito e confian?a. Sabemos o quanto você tem se esfor?ado em sua jornada, e queríamos lhe dar algo que pudesse acompanhá-lo em todos os seus passos.
Hakuro segurou a capa com mais firmeza, sentindo o leve pulso de mana emanando dela. Era como se a pe?a estivesse viva, respondendo à sua presen?a.
— Isso é incrível... — murmurou ele, ainda admirado. — Nunca vi algo assim antes.
Lynn sorriu, visivelmente orgulhosa.
— Meu pai passou a semana trabalhando nela. Ele quis garantir que fosse perfeita para você.
Elfynor inclinou a cabe?a, modesto.
— Foi um prazer, Hakuro-sama. Além disso, Lynn ajudou bastante no processo, escolhendo as cores e os detalhes finais.
Hakuro olhou para Lynn, surpreso e tocado.
— Você ajudou a fazer isso? — perguntou ele, sua voz cheia de gratid?o.
Lynn corou levemente, mas assentiu com um sorriso tímido.
— Sim... eu queria que fosse algo especial. Algo que combinasse com você.
Hakuro sentiu um calor crescer em seu peito ao ouvir aquelas palavras. Ele vestiu a capa cuidadosamente, sentindo o tecido leve e confortável ajustar-se perfeitamente a seu corpo. As runas prateadas pareciam brilhar ainda mais intensamente sob a luz das lanternas mágicas.
— Obrigado, Elfynor-san. E obrigado, Lynn-san — disse ele, com sinceridade. — Esta capa é perfeita. Prometo usá-la sempre que precisar enfrentar novos desafios.
Elfynor riu baixinho, colocando uma m?o gentil no ombro de Hakuro.
— N?o há de quê, jovem Hakuro. Lembre-se de que uma boa capa pode ser tanto um escudo quanto um símbolo de sua jornada. Cuide bem dela.
Kyra, que se mantinha ao lado do irm?o, aproveitou para examinar a capa.
— Isso é realmente impressionante — comentou ela, piscando para Hakuro. — Agora você parece um verdadeiro herói de contos épicos.
Hakuro sorriu, sentindo-se mais confiante do que nunca. Ele sabia que essa capa n?o era apenas um presente prático, mas também um símbolo do carinho e respeito que Elfynor e Lynn tinham por ele.
— Mais uma vez, obrigado — disse ele, olhando alternadamente para Elfynor e Lynn. — Este presente significa muito para mim.
Lynn trocou um olhar rápido com o pai antes de acrescentar:
— Quem sabe um dia você use essa capa para explorar lugares incríveis e descobrir novos mistérios. Tenho certeza de que fará grandes coisas com ela.
Hakuro assentiu, determinado. Ele dobrou cuidadosamente a capa e a guardou em sua Caixa Dimensional, pedindo licen?a e afastando-se com Kyra.
Nesse momento, Mya pediu licen?a se posicionando ao lado de Kyra.
— Kyra-sama — chamou Mya, com um sorriso caloroso. — Posso roubar alguns minutos do seu tempo?
Kyra piscou, surpresa, mas logo entregou a bandeja a um dos criados e se aproximou.
— Claro, Vossa Alteza. Do que precisa?
— Ouvi dizer que você obteve a nota mais alta na admiss?o para a Academia Real. Parabéns! Isso é realmente impressionante — disse Mya, com um tom de genuína admira??o.
Kyra corou levemente, mas manteve a postura confiante.
— Obrigada, Vossa Alteza. Foi um desafio, mas estou ansiosa para come?ar as aulas.
— E eu gostaria de saber mais sobre sua experiência — continuou Mya, com um sorriso conspiratório. — Que tal nos encontrarmos para um chá na capital real? Podemos conversar sobre a academia e, quem sabe, trocar algumas ideias sobre como podemos melhorar ainda mais o programa de treinamento.
Kyra arregalou os olhos, claramente surpresa com o convite.
— Um chá com Vossa Alteza? — repetiu ela, quase sem acreditar. — Seria uma honra!
Mya riu suavemente.
— Ent?o está combinado. Mandarei um mensageiro com os detalhes assim que possível. Mal posso esperar para conversar com você.
Kyra assentiu, ainda processando a situa??o.
— Obrigada, Vossa Alteza. Vou aguardar ansiosa.
Com isso, Mya se despediu de Kyra e aproveitando para se juntar a seu pai..
Mestre Elaryon se aproximou de Hakuro com um pequeno pacote envolto em seda roxa brilhante, decorado com delicados fios de prata tran?ados que pareciam refletir a luz como estrelas.
— Hakuro-sama, — come?ou Elaryon, sua voz suave mas carregada de emo??o — este é meu humilde presente. Espero que ele seja útil em sua jornada como mago.
Hakuro aceitou o pacote com curiosidade, sentindo o tecido macio e frio entre seus dedos. Ele desenrolou cuidadosamente o embrulho, revelando um pingente deslumbrante. O cristal tinha a forma de um drag?o minúsculo, esculpido com detalhes impressionantes, suas asas delicadas pareciam quase vibrar com energia mágica. O corpo do drag?o era feito de um cristal roxo translúcido, que emitia um leve brilho interno, como se contivesse mana pura pulsando dentro dele.
— é... incrível — murmurou Hakuro, maravilhado, enquanto segurava o pingente contra a luz.
Elaryon sorriu, obviamente orgulhoso de sua cria??o.
— Este cristal é de um tipo muito raro, conhecido por sua capacidade de armazenar até três vezes mais mana do que um cristal vermelho padr?o. Pode ser usado como um reservatório extra de mana em momentos críticos ou como um foco para amplificar suas magias. Além disso, o adorno em mithril e a corrente de prata garantem que ele seja durável e resistente a danos.
Nyellen, que se acabara de chegar ao lado de Hakuro, arregalou os olhos ao reconhecer a raridade do material.
— Cristal roxo... — disse ela, impressionada. — Mestre Elaryon, isso é algo que nem mesmo os melhores artes?os conseguem encontrar facilmente. Você realmente superou a si mesmo.
Elaryon inclinou a cabe?a modestamente.
— Foi uma honra criar algo para Hakuro. Ele merece algo especial, assim como a Yoihana que lhe dei antes. Este pingente n?o apenas complementará suas habilidades mágicas, mas também servirá como um símbolo de sua conex?o com a magia.
Hakuro segurou o pingente na palma da m?o, sentindo o leve pulso de mana emanando dele. Era como se o drag?o de cristal estivesse vivo, respondendo à sua presen?a. Deixou um pouco de sua mana fluir para o cristal que emitiu um leve brilho da mesma cor dos olhos de Hakuro.
— Isso é... indescritível — disse ele, ainda admirado. — Nunca vi algo assim antes.
Elaryon assentiu, seu sorriso caloroso.
— O drag?o foi inspirado naquele que carregava em sua armadura. Pense nele como um lembrete de sua jornada e de todas as conex?es que você tem construído ao longo do caminho.
Hakuro sentiu um calor crescer em seu peito ao ouvir aquelas palavras. Ele colocou o pingente ao redor do pesco?o, ajustando a corrente de prata cuidadosamente. O cristal roxo brilhou suavemente contra sua roupa, como se estivesse se adaptando à sua aura mágica.
— Obrigado, mestre Elaryon — disse Hakuro, sua voz cheia de gratid?o. — Este presente significa muito para mim. Prometo usá-lo com sabedoria.
Elaryon colocou uma m?o gentil em seu ombro.
— N?o há de quê, jovem Hakuro. Lembre-se de que a verdadeira for?a de um mago n?o está apenas em suas ferramentas, mas em sua determina??o e cora??o. Este pingente será apenas um apoio; o resto depende de você.
Hakuro sorriu, sentindo-se mais confiante do que nunca. Ele sabia que esse pingente n?o era apenas um presente prático, mas também um símbolo do respeito e carinho que Elaryon tinha por ele.
— Mais uma vez, obrigado — disse ele, olhando alternadamente para Elaryon e Nyellen. — Este presente vai me ajudar muito em minha jornada.
Elaryon trocou um olhar rápido com Nyellen antes de acrescentar:
— Quem sabe um dia você use esse pingente para realizar grandes feitos. Tenho certeza de que fará coisas incríveis com ele.
Hakuro assentiu, determinado. Ele guardou o pingente cuidadosamente sob sua roupa, com um carinho especial.
Ao se afastar, Elaryon complementou, com um sorriso caloroso:
— Quando estiver pronto para aprender sobre os artefatos e os encantamentos, minha oficina sempre estará de portas abertas para recebê-lo.
Hakuro assentiu, com um sorriso no rosto.
— Em breve terei a honra de visitá-lo.
Enquanto Hakuro se preparava para agradecer novamente, um silêncio reverente tomou conta do ambiente. Todos os presentes pareciam sentir que algo especial estava prestes a acontecer. O rei Tafyr, acompanhado pela princesa Mya, caminhou até o centro da sala. Seus passos eram calmos, mas carregavam a majestade inerente à realeza. O som suave de suas botas ecoava pelo ambiente, capturando a aten??o de todos os convidados.
Tafyr parou diante de Hakuro, com Mya ao seu lado. Ele trocou um olhar breve com Nyellen e Nafyr antes de dirigir-se ao garoto com um sorriso caloroso, mas formal.
— Hakuro Yalareth, — come?ou o rei, sua voz grave e imponente preenchendo o sal?o — como amigo pessoal de seus pais e governante deste reino, quero dizer que é uma honra estar aqui hoje para celebrar este momento especial. Você tem demonstrado n?o apenas talento, mas também coragem e dedica??o desde tenra idade. Essas qualidades s?o raras, especialmente em alguém t?o jovem.
Hakuro sentiu um frio na barriga. Ele sabia que o rei era uma figura respeitada e poderosa, mas ouvir essas palavras vindas diretamente dele era algo que jamais imaginara. Ele abaixou a cabe?a em respeito, tentando esconder o nervosismo crescente.
Mya deu um passo à frente, segurando uma pequena caixa de veludo azul-escuro adornada com bordas douradas. O bras?o da família real brilhava na tampa, refletindo a luz das lanternas mágicas.
— Este presente — continuou Tafyr, enquanto Mya estendia a caixa para Hakuro — é um símbolo do reconhecimento da família real por tudo o que você representa. Mais do que um presente, é uma marca de confian?a e amizade.
Hakuro aceitou a caixa com m?os trêmulas, sentindo o peso de sua importancia antes mesmo de abri-la. Ele desenrolou cuidadosamente o la?o dourado que mantinha a tampa fechada e levantou-a, revelando um broche deslumbrante. O metal brilhava intensamente, como se fosse feito de estrelas capturadas. Cada detalhe era meticulosamente trabalhado, exibindo o bras?o da família real no topo: dois le?es imponentes sustentavam um escudo dividido em quatro partes, cada uma representando os pilares do reino — uma coruja para sabedoria, uma varinha para magia, uma espada para for?a e um lobo para lealdade. Acima do escudo, uma coroa intrincada completava o design.
Abaixo do bras?o real, o nome "Hakuro Yalareth" estava inscrito em uma bela caligrafia cursiva. Abaixo do nome, o bras?o pessoal da princesa Mya completava o design: um escudo com três elementos dispostos em forma triangular, sendo um rosto de raposa na parte superior, simbolizando a inteligência da princesa, uma m?o segurando uma safira azul, na parte inferior esquerda, representado a maestria em encantamentos e uma varinha na parte inferior direita, simbolo da bên??o da deusa da magia. Três coroas simples simbolizavam sua posi??o como terceira princesa, posicionadas acima do escudo.
O sal?o estava em silêncio absoluto, todos os olhos fixos em Hakuro enquanto ele observava o broche maravilhado.
— Este broche — explicou Tafyr, sua voz soando como um eco profundo — concede acesso ilimitado aos domínios da família real. é um símbolo de confian?a absoluta, tanto minha quanto da princesa Mya. No entanto, ele também carrega responsabilidades. Se for encontrado em m?os erradas, será considerado um crime grave contra a coroa.
Mya deu um passo à frente, pegando o broche cuidadosamente da caixa. Seus dedos delicados ajustaram-no sobre o peito de Hakuro, prendendo-o com precis?o.
— Que este broche seja um lembrete constante de que você tem nosso apoio — disse ela, sua voz suave, mas firme. — E que, assim como os símbolos gravados nele, você continue crescendo em sabedoria, for?a e lealdade.
Hakuro sentiu o peso do broche contra seu peito, mas era um peso que o enchia de orgulho. Ele sabia que aquele presente era mais do que um adorno; era uma promessa, um compromisso.
Mas, enquanto o rei falava sobre confian?a e responsabilidade, algo dentro de Hakuro despertou. Uma sensa??o antiga, profunda e poderosa emergiu de seu amago, como se as memórias de uma vida passada estivessem finalmente se manifestando. Ele sentiu a presen?a de sua alma draconiana, vibrando em harmonia com o significado do broche. Era como se o próprio símbolo do reino estivesse chamando sua essência ancestral à tona.
— Majestade... Princesa Mya... — come?ou Hakuro, sua voz surpreendentemente firme e ressonante, como se carregasse séculos de sabedoria. Ele se ajoelhou diante do rei e da princesa, colocando a m?o direita sobre o cora??o. — Perante este símbolo de confian?a e amizade, juro solenemente servir ao reino com todas as minhas for?as.
Um murmúrio percorreu o sal?o, mas Hakuro continuou, como se estivesse em transe, suas palavras ecoando com uma autoridade que ultrapassava sua idade.
— Em nome dos antigos pactos, eu, Hakuro Yalareth, comprometo-me a defender os fracos, proteger os inocentes e lutar pela justi?a. Este broche n?o será apenas um símbolo de honra, mas também uma lembran?a eterna de meu dever para com este reino e seu povo.
O ar parecia vibrar com a intensidade de suas palavras. Seus olhos brilhavam com uma luz intensa, como se chamas etéreas dan?assem dentro deles. A energia no sal?o mudou, tornando-se quase palpável, como se algo maior do que todos ali estivesse testemunhando aquele momento.
Tafyr trocou um olhar rápido com Nyellen e Nafyr, ambos visivelmente surpresos, mas também orgulhosos. O rei ent?o se aproximou de Hakuro, colocando uma m?o gentil sobre seu ombro.
— Levante-se, Hakuro — disse Tafyr, sua voz carregada de emo??o. — Seu juramento foi ouvido, e será lembrado. Este reino tem muita sorte de contar com alguém como você entre seus defensores.
Mya sorriu, seus olhos brilhando de admira??o.
— Um juramento como esse n?o é dado à toa — comentou ela, olhando para Hakuro com um misto de respeito e afeto. — Tenho certeza de que seus ancestrais, onde quer que estejam, est?o orgulhosos de você.
Hakuro se levantou, ainda sentindo a energia pulsante dentro de si. Ele olhou para o broche em seu peito, agora com um novo significado. Era mais do que um símbolo de confian?a; era um lembrete de quem ele realmente era, tanto no presente quanto no passado.
Raka cruzou os bra?os, observando o garoto com orgulho.
— Parece que há muito mais em você do que imaginávamos, Hakuro — disse ela, com um meio sorriso. — Esse juramento... foi algo que veio diretamente de sua alma.
Myka concordou, adicionando:
— E lembre-se: um juramento como esse n?o é apenas uma promessa. é um compromisso. Mas tenho certeza de que você está pronto para enfrentar qualquer desafio que vier pela frente.
Kyra, que estava logo ao lado de Nyellen, piscou para Hakuro, aliviando o clima tenso.
— Bem, agora você oficialmente parece alguém que pode entrar no castelo sem precisar bater na porta — brincou ela, arrancando risos discretos de alguns convidados.
Hakuro sorriu, sentindo-se mais leve. Ele sabia que o broche n?o era apenas um presente prático, mas também um símbolo do respeito e da confian?a que a família real tinha nele.
— Mais uma vez, obrigado, Majestade e princesa — disse ele, inclinando-se profundamente em reverência. — Prometo honrar este presente e tudo o que ele representa.
Tafyr sorriu, visivelmente satisfeito.
— Estamos contando com isso, jovem Hakuro. E quem sabe? Talvez nossos caminhos se cruzem novamente em breve.
Com essas palavras, o rei e a princesa Mya se afastaram, deixando Hakuro cercado por sua família e amigos. O sal?o explodiu em aplausos e vivas, celebrando n?o apenas o aniversário de Hakuro, mas também o início de sua jornada como um verdadeiro aventureiro. Ele sabia que aquele era apenas o come?o, mas também percebia que tinha todo o apoio e amor de sua família para enfrentar qualquer desafio que surgisse pelo caminho.
Horas depois, quando a festa chegou ao fim e os convidados come?aram a se despedir, Hakuro finalmente teve um momento de tranquilidade. Ele caminhou até seus aposentos, sentindo o peso suave da exaust?o misturado à satisfa??o de tudo o que havia acontecido naquele dia.
Ao entrar no quarto, ele tirou os sapatos e deixou-se cair na cama, fitando o teto enquanto sua mente revisitava cada detalhe das últimas horas. A cerim?nia, os sorrisos, as conversas... tudo parecia t?o vívido em sua memória. Mas foram os pequenos momentos — como apresentar Lynn à princesa Mya ou ver Kyra sendo reconhecida por seu talento — que realmente brilhavam em sua mente.
"Tantas conex?es feitas hoje" , pensou ele, com um sorriso discreto nos lábios. "Pessoas que mal se conheciam encontraram algo em comum, algo especial."
Ele refletiu sobre como às vezes bastava uma palavra gentil ou um gesto sincero para mudar o rumo das coisas. Para Lynn, o convite de Mya era mais do que apenas um len?o bordado; era uma oportunidade de abrir portas que ela talvez nem imaginasse existirem. Para Kyra, o reconhecimento da princesa era uma confirma??o de que seu esfor?o valia a pena e que grandes possibilidades estavam ao seu alcance.
Hakuro também pensou em si mesmo. No início da noite, estava ansioso para criar essas conex?es, mas agora percebia que elas haviam florescido naturalmente, como se fossem parte do fluxo inevitável da vida. Ele n?o precisava for?ar nada; bastava estar presente, oferecer apoio e confiar que as pessoas ao seu redor eram capazes de brilhar por conta própria.
Enquanto o silêncio envolvia o quarto, ele sentiu uma gratid?o profunda por tudo o que tinha vivido. N?o apenas pela festa em si, mas pelas pessoas que faziam parte de sua vida: Elfynor, Nyellen, Lynn, Kyra e até Mya. Cada um deles trazia algo único para suas experiências, ajudando-o a crescer e a enxergar o mundo com novos olhos.
"O equilíbrio está nas conex?es" , concluiu ele mentalmente, antes de fechar os olhos e deixar que o cansa?o tomasse conta de seu corpo. Aos poucos, o som distante da noite adormecida preencheu o ambiente, e Hakuro mergulhou em um sono tranquilo, sonhando com as infinitas possibilidades que o futuro reservava.